Um Curso de Design de Personagem para revolucionar seus conceitos!

Por: Carol Cunha 14 de janeiro, 2021
Arte por Guilherme Balbi – professor da Casa dos Quadrinhos

O Design de Personagem é a alma do desenvolvimento de um projeto gráfico. Independente de ele ser, por exemplo, um quadrinho, uma animação, um game, uma propaganda, um live action ou uma peça de teatro. Em outras palavras, é possível criar todo um novo universo a partir de um personagem. E, ao mesmo tempo, desenvolver ao redor dele grandes desafios e narrativas envolventes.

O curso online do professor Guilherme Balbi busca abordar  essa temática de Character Design, uma vez que possui uma vasta experiência no assunto, exatamente por ter transitado por várias mídias diferentes.

Gênero

Em seu curso, Balbi destaca alguns tópicos primordiais para a criação do Design de Personagem. Dos quais, contudo, falaremos brevemente aqui. Uma vez que, afinal, apenas o curso completo é capaz de destrinchar todas as particularidades intrínsecas ao tema.

O primeiro conceito básico é a questão do gênero. Quando criamos personagens dentro desse parâmetro, existem, de antemão, aqueles formalmente humanos dos quais imediatamente nos lembramos. Como, por exemplo, masculino, feminino ou não-binário. Entretanto, conceber um personagem dentro dessa classificação vai muito além das questões referentes a seres humanos normais. Podemos expandir para ideias de criaturas alienígenas, monstros, seres espectrais ou divindades. Como isso influencia na aparência deles? Raças alienígenas, ou até povos avançados ou monstros não necessariamente precisam ter um gênero tal qual o concebemos. Dessa forma, é bom estabelecer um padrão para começar o trabalho.

Idade

Outro ponto abordado no curso do professor Balbi é a representação da idade. Existem certas atitudes que correlacionamos com a aparência física de um personagem, correspondentes aos anos de vida que ele provavelmente possui. É possível trabalhar tanto com o reforço de certas expectativas quanto com a subversão das mesmas. Uma criança vampira, um golem de terra que não aparenta idade alguma, não agem como sua aparência nos leva a crer. Isso oferece diversas possibilidades de exploração estética e narrativa, sendo um ponto de partida comum ao se construir um bom personagem.

Tipo Físico

O mesmo pode ser aplicado no próximo conceito abordado por Balbi: o tipo físico. Magro ou gordo, grande ou pequeno, ou até uma forma extraterrestre, mística ou fantasiosa. O porte físico é, possivelmente, uma das principais características a serem estabelecidas, por ser o primeiro contato do espectador/leitor com o personagem.  Da qual ele pode inferir diversas conclusões que, se bem feitas, podem ser benéficas para o envolvimento com o mesmo. De modo a torna-lo interessante e atrativo para história. Por essa razão, é importante usar uma escala para proporcionalizar o personagem.

Aparência

Associada à questão da aparência está a sua profissão ou função na história.  Aquilo que o move no decorrer da narrativa. Também utilizada como um facilitador da caracterização imagética talvez por criar uma curiosidade adicional sobre o personagem. Um professor de Arqueologia, uma Máquina Assassina vinda do Futuro pós-Apocalíptico ou o diretor de uma Escola de Magia dificilmente vão se parecer fisicamente.

Dessa forma, como Balbi ressalta, uma boa pesquisa pode ser uma grande inspiração para criar as vestimentas de um personagem. Citando o professor: “a roupa descreve o personagem sem palavras, conta uma história, ou até se seu personagem não use nada, de qualquer forma isso conta tudo sobre quem ele é”. Junto às vestimentas estão os acessórios usados, que podem enriquecer a história. Tornando-se um fator importante da trama, como, por exemplo, o relógio do Ben 10.

História do Personagem

Segundo Guilherme, todos os conceitos acima mencionados são elementos que devem ser concebidos não como fatores isolados. Mas intrinsecamente associados à história do personagem, e também ao story world em que ele está inserido. Pensar em todos esses fatores como um grande conjunto relacionado entre si torna o design do personagem mais crível e real para o espectador.

Traço

Sobre o tipo de traço a ser utilizado. Se algo mais simples e estilizado, mais complexo, mais realista, ou mesmo mais surreal e deformado. Balbi consegue mostrar as minúcias e os elementos essenciais para se escolher o traço a ser seguido. Óbvio que isso também depende, em parte, da mídia e dos recursos financeiros. Contudo, independente de qualquer limitação, o tipo de traço depende principalmente da capacidade do artista em traduzir a mensagem e o propósito da obra em questão.

Ficou curioso? Quer melhorar seu Design de Personagem? Ou mesmo descobrir como dar aquele primeiro passo em seu projeto autoral? Garanto que Guilherme Balbi é a pessoa certa para colocar você nesse caminho tão desejado.

Sobre o professor

Quadrinista veterano, com passagem tanto pela Marvel quanto pela DC Comics. Seu trabalho mais recente foi Alien: The Original Screenplay, adaptação para os quadrinhos do roteiro original do primeiro filme, em homenagem aos quarenta anos da franquia. Nessa obra, ele conseguiu, então, imprimir um novo conceito ao icônico personagem.

Da mesma forma, ele participou também de storyboards e design em Hollywood. Alguns exemplos são a franquia Avatar, de James Cameron, assim como a animação Spartacus: Blood and Sand – Motion Comic.

Guilherme Balbi ensina a pensar na aparência dos personagens levando em conta uma ampla gama de fatores. Ou seja, para que eles se tornem visualmente interessantes sem contradizer suas personalidades, seu background ou o papel que irão desempenhar dentro do projeto. E, principalmente, leva em conta que mídias distintas possuem necessidades diferentes. Seja pela mensagem a ser transmitida. Bem como pelo público alvo. Ou mesmo por limitações orçamentárias.

Todos esses trabalhos permitiram, como resultado, que Balbi adquirisse uma percepção ampla e diversificada daquilo que um projeto de fato necessita. Sua abordagem do tema, portanto, extrapola as fórmulas e as regras engessadas com as quais frequentemente nos deparamos nesses tipos de curso.

Todas as Imagens por Guilherme Balbi.