Como foi o Festival Internacional de Quadrinhos – FIQ?
Festival Internacional de Quadrinhos – FIQ aconteceu entre os dias 03 e 07 de agosto, no Minascentro em Belo Horizonte. Foram mais de 300 artistas convidados, expondo seus trabalhos em 189 mesas. E, do mesmo modo, vendendo suas produções diretamente para o público.
Sobre o FIQ
O FIQ é, sem dúvidas, o maior evento latino-americano que se dedica totalmente ao mercado de quadrinhos. Contando, portanto, com atrações incríveis, inclusive com convidados internacionais, como Chloé Cruchadet e Fabien Toulmé.
Chloé Cruchaudet ganhou como Melhor Álbum no Festival de Angoulême de 2014 e o Grande Prêmio da Associação de Críticos e Jornalistas de Quadrinhos francesa, em 2013.
Já Fabién Toulmé, com indicação ao Prêmio Eisner em 2022, ficou bastante famoso no Brasil por sua HQ autobiográfica, Não era você que eu esperava. HQ sobre sua relação com sua filha com Síndrome de Down. Ele esteve em Belo Horizonte para esse lançamento em 2018, visitando igualmente a Casa dos Quadrinhos na ocasião.
Estande da Casa

Falando em Casa dos Quadrinhos, a escola, que foi uma dos apoiadores do FIQ, participou ativamente do evento. Tanto através de oficinas de formação sobre Cenários, Criação de Personagens, Layout de Páginas, Roteiro e Tirinhas, quanto pelas atrações exclusivas no seu estande.
Passaram por lá autores como Jefferson Costa (Jeremias – MSP), o roteirista da MSP, João Marcos, os internacionais Eddy Barrows (DC Comics), Cris Bolson (Inversion Comics), Jonas Trindade (DC Comics), Guilherme Balbi (Avatar), Júlio Ferreira (DC Comics) e Joe Prado.

Assim como artistas de grande destaque tanto do cenário mineiro quanto brasileiro como, por exemplo, Vitor Caffagi (Franjinha – MSP), Fabiano Barroso (Santelmo Enfeitiçado) , Aline Lemos (Professora), Ricardo Gontijo (Necromance), Erick Ricco (?), Guilherme Infante (Capirotinho), Valdo Alves (Fazendo meu filme), Cacá Gontijo (Necromance), Erick Azevedo (Santelmo Enfeitiçado), Daniel Werneck (Shogum dos Mortos), Acir Piragibe (Dartangnan Negro) e Lucas Libânio (Hans Grotz).
Muitos dos alunos e ex-alunos da Casa, hoje em dia profissionais da área, atuando tanto no mercado nacional quanto internacional, marcaram presença. Eduardo Pansica (DC Comis), Ig Guará (Rose), Julia Cabral (Um encontro inesperado), Elisa C. Barros (Miria), Pati Garcia, Nami Viana (Patinhas), Carol Cunha (Catrinomicon), Senhoritas de Patins (Gibi de Menininha) , Jane Carmen (O Que Neil Gaiman Não Nos Disse), Laura Jardim (Oblivion) Alexandre Tso. Todos eles com mesa do Artists’ Alley do FIQ. E alguns deles são igualmente professores da Casa.
A Importância do Artists’ Alley
O Artists’ Alley é, sem dúvidas, um dos espaços mais importantes do FIQ. Onde o mercado nacional de quadrinhos, especialmente dos artistas independentes, mostra a sua força através da diversidade de títulos que podem se encontrar por lá. Ele é, em outras palavras, o lugar em que o público entra em contato com essas produções. Sendo igualmente um espaço de troca de experiências e networking entre os próprios artistas.

Foi esse espaço de quadrinhos independentes que proporcionou o início da carreira de um dos quadrinistas de maior sucesso do Brasil da geração atual: Vitor Cafaggi, também ex-professor da Casa. Ele começou sua carreira nas webtiras, mas em 2011, no FIQ, lançou seu primeiro trabalho autoral: Duotone.
Com Valente e a série da Turma da Mônica – MSP, o sucesso de Vitor foi para outro patamar. Inclusive tendo adaptações de suas obras para o cinema, com os live actions: Turma da Mônica – Laços e Turma da Mônica- Lições.
Portanto, esse espaço de quadrinhos independentes é importante para a revelação de novos talentos e desenvolvimento do mercado no Brasil. A Casa dos Quadrinhos, especialmente com seu Curso Técnico de Artes Visuais, acredita nisso. Não é por acaso que nossos ex-alunos ocuparam muitas mesas do Artists’ Alley.
Os quadrinhos são, enfim, um mercado em crescimento e potencialmente lucrativo. Várias séries e filmes provam isso, como, por exemplo, a recente Sandman, da Netflix. Ela se baseou na série de HQs dos anos 90, de Neil Gaiman. Sucesso de público e crítica, Sandman mostrou, portanto, que histórias que vão para além das tramas de super-heróis da Marvel e da DC possuem igualmente espaço para atraírem os espectadores e leitores.
Em suma, um evento como o Festival Internacional de Quadrinhos – FIQ é tão importante para o fomento do mercado, tanto das HQs quanto de outras mídias.