Desenho Artístico: Dicas para o Artists’ Alley

Por: Carol Cunha 24 de setembro, 2021

Para quem quer vender o seu desenho artístico e precisa de dicas para o Artists’ Alley, este artigo pode ser muito útil.

O que é Artists’ Alley?

CCXP 2019

Antes de tudo, precisamos entender o que é um Artists’ Alley ou Beco dos Artistas. Ele é a área de uma convenção onde artistas variados podem tanto vender seus trabalhos impressos em mercadorias diversas quanto desenhar esboços por encomenda no local .

 Geralmente, essa área pode ser encontrada em convenções de cultura pop, de quadrinhos ou anime. Em suma, é um espaço que oferece aos artistas a oportunidade de fazer networking, lucrar e ganhar reconhecimento pelo seu trabalho.

Com a pandemia de Covid 19 e a necessidade de isolamento social, vários eventos, consequentemente, precisaram adaptar a versão física do Artists’ Alley para virtuais.  Cada artista passou a ter uma mesa virtual para expor seu trabalho e seus produtos.  Foi o que aconteceu, por exemplo, na CCXP Worlds de 2020 ou na Feira de Quadrinhos da Casa.

Feira de Quadrinhos da Casa Online – 2021

Fazendo a Inscrição

O primeiro passo para exibir e vender seu desenho artístico em um Artists’ Alley é, simplesmente, tentar. Ninguém nunca sabe até tentar e você não vai perder nada tentando, mesmo se você não for selecionado na primeira tentativa.

Contudo, cada evento possui regras próprias, portanto é fundamental prestar bastante atenção nos detalhes do manual de inscrição para saber quais critérios são exigidos para os solicitantes.

A atenção e o cuidado também são importantes na hora de preencher a ficha de inscrição.  Além de responder a todas as perguntas da ficha, recomendamos um português bem escrito, além de um texto objetivo e direto. Lembre-se, enfim, de que você é um candidato entre centenas que estão pleiteando a mesa em um evento. Portanto, um bom texto ajuda a te promover melhor.   

Igualmente, planeje bem o seu portfólio. Antes de tudo, verifique se o link que você vai incluir na lista de inscrição está funcionando. Não mande um portfólio com muitos materiais. Concentre nele seus trabalhos mais significativos, mostre o que o seu desenho artístico para o Artists’ Alley possui de melhor.  

O que eu devo vender?

Arte: Nami Vianna

Você pode investir em quadrinhos, pelúcias, pôsteres, postais, bottons, adesivos e prints. Novamente recomendamos prestar atenção no manual do evento, pois alguns não permitem a venda de canecas ou camisetas, por exemplo.

Contudo, o mais importante é focar na qualidade ao invés da quantidade. Para começar, tente não fazer mais do que cinco a quinze produtos variados. Caso você consiga fazer dez produtos diferentes realmente bem feitos é um bom começo.

Preste atenção naqueles produtos que venderem mais.  Com isso, você pode aprender o que as pessoas gostam e não gostam. E, com essas informações, você pode, enfim, direcionar melhor quais mercadorias produzir para o seu próximo Artists’ Alley

Algumas vezes, produtos pequenos acabam saindo em grande quantidade nos eventos, portanto, não subestime a produção de peças como, por exemplo, postais, adesivos e bottons. Eles podem ser o diferencial no seu lucro final.

Os participantes do evento encontram muitos artistas, então brindes são uma forma fácil de atrair as pessoas e ajudá-las a se lembrar de você. Coloque seu nome, logotipo ou informações de contato nos brindes para que as pessoas possam entrar em contato com você após o término do evento. 

“Posso vender fanart?” A maioria dos eventos permite a venda desse tipo de desenho artístico em seu Artists’ Alley.  É provável, inclusive, que esse tipo de material saia bastante. 

Contudo, você não deve desanimar de fazer arte que não seja fanart. Experimente igualmente fazer suas próprias obras originais. Cada evento se comporta de uma maneira diferente, e, ás vezes, você se surpreende com a receptividade do público.

Não sei quanto cobrar


Uma maneira útil para te ajudar a definir o preço dos seus produtos é simplesmente ver quanto os outros artistas costumam cobrar por suas mercadorias e calcular a média.

Você pode tomar como parâmetro o valor cobrado em outros eventos ou perguntar para amigos e veteranos de Artists’ Alley como eles colocam o preço em sua produção. Outra opção é pesquisar as lojinhas online desses artistas para ter um parâmetro de valores.

Igualmente, ao definir o preço de seu trabalho, considere seu valor, incluindo materiais e tempo gasto, e cobre de acordo. Enfim, conforme você ganha experiência e confiança, você pode ajustar seus preços se precisar.

Do mesmo modo, ofereça promoções e descontos, pois isso incentiva aos clientes a comprar mais. Por exemplo, você pode vender um postal cada por R$ 5,00 ou três por R$ 12,00. Geralmente as pessoas compram mais com incentivos como esses.

Pense em outras formas de pagamento além do dinheiro, mas, ao mesmo tempo, tenha sempre uma boa quantidade de trocados para facilitar seu troco.

Para os Artists’ Alley online, também é importante lembrar que os produtos precisam ser enviados pelo correio. Pesquise de antemão o valor do envio para poder incluir dentro dos custos que o cliente precisará desembolsar.  Também é preciso pensar no tipo de embalagem para despachar nos correios.

Montando a sua mesa

Uma boa apresentação é fundamental. Faça a sua mesa, tanto física quanto virtual atrativa para seus clientes.

Na mesa física, ela precisa ser visualmente agradável e organizada. Usar uma toalha de mesa é uma das maneiras de se alcançar isso.

Monte seus displays de forma que prints, pôsteres e postais possam ficar verticalmente, facilitando que sejam vistos de longe. Cubos de grade de arame são uma ótima opção. Eles são modulares e permitem que você os montem, e, posteriormente, os desmontem para facilitar o translado para o evento.

Para adesivo e bottons, nossa sugestão é montar mostruários com os modelos disponíveis, enquanto o estoque é armazenado em um local de fácil acesso e organizado por modelo. Por exemplo, caixas ou pastas com divisórias para agrupar os modelos iguais juntos.

Quadrinhos, livros e fanzines podem ficar em suportes de fácil manipulação para que o público possa pegar um exemplar, folhear e ver se captura seu interesse.

Coloque as etiquetas de preço bastante visíveis, e, tenha um porta-cartão para cartões de visita, para que as pessoas que queiram pegar seus contatos.

Na mesa virtual, escolha as imagens de perfil e banner que melhor representem você e seu trabalho. Igualmente preste atenção nos formatos de imagens que o evento pede para que se monte sua página no evento.

Sua biografia deve ser sucinta, direta e abordar os principais pontos de sua carreira, afinal, a pessoa que está visitando sua mesa virtual, visitará a de outros vários artistas.

Pense em fotos, ilustrações e mock ups com boa qualidade, para que seus produtos passem para o seu verdadeiro valor e sejam atrativos para os potenciais compradores.

Do mesmo modo, procure sites com boas referências e bem organizados para montar a sua loja virtual.

Seja sociável

Pode parecer óbvio, mas estar em um Artists’ Alley é se relacionar com as pessoas ao redor. Tanto com os clientes quanto com seus vizinhos de mesa ou demais artistas.

Ser amigável e prestativo é o melhor caminho para atrair clientes em potencial. Se você quer que conheçam sua arte, por que não falar sobre ela? Se uma pessoa se mostrar interessada, cumprimente ela, pergunte se tem dúvidas ou se deseja algo. A simpatia encoraja as pessoas a conferir sua arte e, consequentemente, a comprar algo de você.

Da mesma forma, tentar estabelecer um contato com seus vizinhos de mesa ou tirar um tempo para visitar outros artistas é uma forma tanto de conhecer novas pessoas e novos trabalhos quanto fazer com que você também seja conhecido.

Não se apegue ferrenhamente à ideia de que estamos todos competindo uns contra os outros para vender arte, pois assim perderá a oportunidade de aprender dicas valiosas com seus colegas de evento.  Os conselhos deles podem ajudá-lo a superar as dificuldades que encontrar no Artists’ Alley.

Nas edições virtuais, embora você não tenha o contato cara a cara com seus clientes ou colegas artistas, outras formas de interação estão disponíveis.

No caso dos clientes, você pode disponibilizar lives  com horários definidos em redes sociais como YouTube, Instagram e Twitch. Já os artistas usualmente se organizam em grupos online para conversarem sobre a experiência, trocarem dicas e se ajudarem mutuamente, tanto antes quanto durante evento.

Conclusão

Em suma, participar de um Artists’ Alley vale a pena, principalmente se você for preparado e organizado. Tenha um bom planejamento para que você possa aproveitar ao máximo o evento.

FIQ BH – Foto: PBH