Como se tornar um bom artista: Dicas para entrar no mercado
Para se tornar um bom artista no mercado, existem atitudes ajudam a melhorar suas habilidades e outras para ser reconhecido como um profissional potencialmente contratável.
Algumas das dicas são inspiradas em entrevista de CB Cebulski, editor-chefe da Marvel Comics. Apesar de ele se focar principalmente no mercado de quadrinhos norte-americano, é possível expandir para outras áreas das Artes Visuais.
Praticar é essencial

Embora pareça óbvio, a coisa mais importante quando se deseja ser um artista é praticar, pois tal atitude leva à melhoria. Quanto mais desenhamos, pintamos, esculpimos, mais desenvolvemos nossas habilidades técnicas.
Esse conselho não se aplica apenas aos principiantes, mas, em suma, qualquer um que deseja ser um profissional reconhecido e respeitável. Para todos que sabem que nunca se é velho demais para aprender. Um bom artista é aquele que reconhece que sempre precisa se adquirir mais conhecimento. Existe, portanto, um mundo de novas possibilidades técnicas que podem ajudar incrementar seu trabalho.
Algumas formas de praticar

Como podemos, então, continuar aprendendo? A mais óbvia de todas é, sem dúvidas, procurar aulas de desenhos que possam trazer conteúdo que complemente o seu conhecimento prévio. Como, por exemplo, estudar Anatomia ou Perspectiva.
Entretanto, o aprendizado pode ser feito de outras maneiras. Seja lendo livros sobre o tema em busca de inspiração. Assim como observar o trabalho de outros artistas para apreender como eles chegaram a determinadas soluções. Enfim, se perguntando como eles usaram a linha e a forma ou fizeram as sombras. Ou aplicaram determinada hachura.
Outra prática, que é bastante utilizada em algumas escolas de Artes, é o master copy. O que exatamente consiste este termo? Em outras palavras, basicamente significa desenhar através da observação de outros desenhos. De modo a compreender o trabalho de grandes mestres. Como, por exemplo, Da Vinci ou Michaelangelo, apreendendo as nuances de suas técnicas. Lembrando-se, é claro, que isso possui apenas função educativa. E precisamos assumir que estamos fazer uma cópia e não um trabalho autoral.
Desenhar utilizando fotos também é, sem dúvidas, uma boa forma de aprendizado e prática. Elas podem, portanto, te trazer poses humanas inusitadas ou cenários bastante variados. Isso, consequentemente, lhe permite ampliar sua biblioteca mental de referências visuais.
Um Bom Artista sabe contar histórias

Outro aspecto significativo para se desenvolver quando desejamos nos tornar bons artistas é a narrativa ou storytelling. Embora pensemos nesse aspecto no que diz respeito a quadrinhos, storyboard e animação, uma ilustração traz dentro de si uma síntese de uma situação. Ou seja, em outras palavras, conta uma pequena história.
Nos quadrinhos, na animação e nos storyboards é essencial que as pessoas possam ver como os seus personagens se movem de quadro a quadro e de página a página. Ou seja, de forma que seja possível, portanto, entender a história.
No caso da ilustração, esse elemento narrativo é também bastante relevante. O artista precisa saber utilizar todos os elementos específicos daquela cena para que o leitor possa compreender com extrema clareza o que está acontecendo naquela situação específica.
CB Cebulski sugere que além de praticar técnicas de narrativa, como, por exemplo, enquadramentos de cena e composição, é importante observar artistas que conseguem ser mestres em contar histórias através de imagens. Ele menciona John Romita Jr e Stuart Immonen como experts nessas técnicas.
Um Bom Artista tem estilo próprio

Outra coisa valiosa é aprender a desenvolver seu próprio estilo. Embora seja válido utilizar o master copy como uma ferramenta de estudo, ele é apenas isso: algo para aprendermos. Todo mundo que deseja se tornar um profissional da área artística obviamente possuí outros artistas que os inspirem, entretanto, existe uma linha muito tênue entre inspiração, imitação e o plágio. E, portanto, não podemos ultrapassar esse limite. Para ser reconhecido no mercado, você deve criar algo que não seja meramente uma cópia mecânica do trabalho de outra pessoa.
Um Bom Artista sabe se promover

Nos dias atuais, umas das grandes vantagens para os artistas é ter a internet como ferramenta de divulgação. Através dela é possível entrar em contato com editoras, muitas das quais abrem editais para que projetos possam ser submetidos, ou com agências que costumam representar artistas nacional e internacionalmente, como, por exemplo, a Chiaroscuro e a Comiconart (quadrinhos) ou a Tomato Farm (ilustrações, literatura e quadrinhos).

Também através das redes sociais é possível se comunicar com outros artistas para trocar experiências, criar parcerias, assim como construir uma rede de seguidores.
Possibilidades de entrar no mercado

A internet também possibilita a criação de lojas virtuais nas quais um artista pode expor e vender suas produções, desde trabalhos originais até outros produtos tais como postais, pôsteres, bottons, adesivos, entre outros. É possível criar e gerenciar a própria loja em sites como Iluria ou Gibizada, ou terceirizar a venda através de plataformas como a Redbubble ou a Threadless.
Também é possível conseguir trabalhos ou financiar projetos se soubermos utilizar bem as redes sociais e alguns sites específicos para o mesmo. Muitos artistas conseguem commissions, que são pedidos feitos diretamente por clientes. Isso pode ocorrer através das redes sociais, como o Instagram ou o Facebook, porém, também se pode disponibilizar seus serviços em sites como o People per hour. E, para quem tem o sonho de ver um projeto publicado, existem plataformas dedicadas a isso, através do sistema de crowndfunding, também conhecido como financiamento coletivo, como o Catarse e o Kickstater.
Nas palavras de CB Cebulski: Parte de ser um artista é se anunciar. É algo que muitas pessoas não percebem. Seu trabalho e sua arte venderão sua história para editores, mas você precisa se vender de qualquer maneira. Portanto, use a internet para ter sua vantagem.
Ampliando um pouco essa ideia do artista saber se vender, é digno de nota lembrar o quão significativo é construir um network – uma rede de contato. Tanto você quanto seu trabalho precisam ser vistos. Participar de feiras como os vários Artist’s Alleys espalhados pelo país, destacando-se os organizados pelo FIQ – Festival Internacional de Quadrinhos e pela CCXP- Comicon Experience, é uma boa opção. Assim como mostrar seu portfólio ou projetos em “Rodadas de Negócios” que alguns eventos costumam disponibilizar.
A importância do portfólio

Neste ponto, é essencial lembrar também que um portfólio sólido e bem selecionado pode ser um grande diferencial na hora de se apresentar para editores e potenciais clientes. Um portfólio não deve ser extenso e deve conter o melhor de seu trabalho. Alguns sites disponibilizam um espaço gratuito para a criação de portfólios online, como o Behance, o Carbonmade ou o Artstation.
É preciso continuar melhorando

Finalizando, depois de se consolidar no mercado de trabalho, é necessário se manter nele. Você não deve pensar em possibilidades de trabalho isoladas, mas também o que deseja para a sua carreira. Ser um desenhista, quadrinista, animador, escultor, game designer, ilustrador ou o que quer que deseje é apenas uma parte do processo. O trabalho artístico é também consiste em cumprir os prazos, fazer orçamentos, lidar com o cliente. Em suma, ser um profissional sério e competente.
Encare cada trabalho como um novo aprendizado. Se algo que você fez não ficou tão bom quanto você esperava, corrija no próximo. Sempre pense que você pode melhorar.
CB Cebulski diz que: Seu primeiro trabalho não precisa ser perfeito, sua primeira página não precisa ser perfeita, aprenda na próxima página (…) então continue crescendo e se desenvolvendo como um artista constantemente.
Para quem não sabe como dar os primeiros passos no mundo das artes, a Casa dos Quadrinhos é uma grande oportunidade, seja através de nossos cursos regulares, mas principalmente através do nosso Curso Técnico Profissionalizante, que dá uma formação sólida e que permite uma inserção consciente no mercado artístico.