Através do Aranhaverso: Conheça o desenhista Zé Carlos
“Através do Aranhaverso” chega às telas agora em junho e promete ser ainda melhor que o primeiro filme. Em comemoração ao lançamento, trouxemos um texto especial para vocês!
Como todos sabem, no final do primeiro filme, Gwen Stacy (Hailee Steinfeld) retorna ao seu universo. Lá, ela luta para manter sua identidade em segredo de seu pai, George (Shea Whigham). Quando uma versão alternativa do vilão Abutre (Jorma Taccone) chega à sua realidade, ele se torna o alvo do implacável Homem-Aranha 2099 (Oscar Isaac) e da confiante Mulher-Aranha (Issa Rae). Eles revelam a Gwen que fazem parte de uma Sociedade-Aranha secreta, encarregada de corrigir os problemas causados pelos universos entrelaçados, capturando vilões que se desviam do caminho e enviando-os de volta para casa. É claro que os fãs se lembrarão que Miles Morales (Shameik Moore) é, essencialmente, uma dessas falhas.
Como no primeiro filme, a inspiração de todos esses elementos veio direto das histórias em quadrinhos. Para o leitores, o Homem-Aranha 2099 Miguel O’Hara e a Sociedade-Aranha não são nenhuma novidade. E mesmo para quem não conhecia, convidamos todos para uma entrevista muito especial.
Zé Carlos Através do Aranhaverso

Hoje vamos falar com José Carlos Silva Luz ou simplesmente Zé Carlos, como ficou conhecido no meio das histórias em quadrinhos. Ele foi responsável pelos desenhos das revistas dos personagens mais importantes do filme “Através do Aranhaverso”.
Por seu lápis passaram, por exemplo, as revistas Amazing Spider-Man, com Peter Parker, Miles Morales Spider-Man, Spider-Verse, que conta as aventuras da Sociedade Aranha, e Spider-Man 2099.
Mineiro de quarenta anos, ele descobriu seu talento para o desenho aos oito anos de idade. Desde então, ele tem trilhado seu caminho no mundo da ilustração. Aos quatorze anos, decidiu que gostaria de transformar sua paixão em profissão, e aos dezoito anos, deu início lançou seu primeiro quadrinho autoral.
Aos vinte e três anos, Zé Carlos teve a oportunidade de expandir seu horizonte como quadrinista e realizou seu primeiro trabalho internacional. A partir daí, ele continuou a trabalhar com várias revistas, tanto no cenário nacional quanto internacional. Seu talento como desenhista de quadrinhos o levou a colaborar com renomadas editoras, como, por exemplo, Marvel, DC, Image, entre outras, tanto no mercado brasileiro quanto no internacional.
Alguns outros títulos que ele desenhou foram: X-Men (Marvel Comics), Angel Season 11 (Dark Horse Comics), Ms. Marvel (Marvel Comics), Radiant Black (Image Comics), Destiny 2: Fall of Osiris (Bungie) e Fantastic Four (Marvel Comics).
Além de seu trabalho como quadrinista, ele foi professor de desenho na Casa dos Quadrinhos, e trabalhou para o Big Jack (hoje Ghost Jack), estúdio vinculado à nossa escola, como desenhista.
Zé Carlos é hoje um nome reconhecido no meio, contribuindo com seu talento e habilidades artísticas para a indústria dos quadrinhos.
Então, passamos para Zé Carlos a palavra sobre a sua relação próxima com os personagens de “Através do Aranhaverso”.

1 -Você trabalhou com vários personagens que estão na animação “Através do Aranhaverso”, incluindo o Miles Morales e o Aranha 2099. Como foi sua relação com cada um dos personagens?
Foi incrível. O Miles foi a minha porta de entrada na Marvel. Desenhei metade da edição 11 e com isso eles sentiram confiança de me passar uma edição completa do Spider 2099. Era um universo de 2099 que eu podia brincar, por ser uma linha de tempo alternativa. Criei vários conceitos novos para esse trabalho. Foi uma baita experiência e que me manteve no universo Aranha até hoje.
2 – Como você enxerga a adaptação deles para as animações do Aranhaverso?
Ver que toda a construção visual e narrativa tem sua base nos quadrinhos é lindo. As retículas, onomatopeias, manchas de impressão e poses exageradas são recursos que comumente vemos nas páginas desenhadas. Mas em movimento como na animação foi inédito.

3 – Como é desenhar a revista do Aranhaverso?
Foi a minha experiência preferida com a Marvel. Me assustava ler o roteiro e ver cada vez mais Aranhas serem descritos e ao mesmo tempo me encantava pensar no layout com uns 20 personagens ao mesmo tempo. A composição foi o grande desafio e também a grande satisfação ao final do processo.
4 – Em uma das edições do Aranhaverso você desenho vários Aranhas criados por fãs, teve algum que você achou interessante?
Especialmente um Aranha que usava muletas. Foi muito legal imaginar toda sua movimentação em cima disso. E pela representatividade gigantesca que isso tem em um quadrinho tão importante.
5 – Se fosse para você desenhar uma versão alternativa do Aranha, o que gostaria de fazer?
Um aranha baseado na mitologia do nosso folclore. Imagina ver um tipo de Aranha lutando contra toda a gama de personagens que temos no Brasil.
6 – Quais as suas expectativas em relação ao novo filme, Homem-Aranha Através do Aranhaverso?
Altíssimas. Difícil não ficar animado depois de um primeiro filme tão bom. E muito curioso pra ver se reconheço ali alguma coisa das revistas que desenhei. Quem sabe, né?
